Avanços e desafios do setor de Fintech no México

Andrés Fontao, co-fundador e sócio-gerente da Finnovista, juntou-se a nós em uma nova sessão Meets onde discutimos a regulação fintech no México, oportunidades de empreendedorismo na América Latina e as peculiaridades do consumidor colombiano, entre muitas outras realidades regionais.

Sumário

Juanjo Gómez, Diretor de Marketing da Coinscrap Finance, teve o prazer de receber uma das figuras mais relevantes do panorama financeiro latino-americano.

Antecedentes e surgimento do Finnovista

Andrés contou como os seus pais emigraram de Espanha para os Estados Unidos. Sendo filho e neto de empresários, passou 4 anos no México depois de concluir os seus estudos universitários. Regressou ao país 20 anos mais tarde com o Projeto Finnovista. Com uma visão partilhada com Fermín Bueno, impulsionaram o empreendedorismo tecnológico, convencidos de que este poderia transformar e perturbar o sector dos serviços financeiros.

Nos seus primórdios, em 2013, Andrés e Fermín observaram como empresas como Spotify, Uber ou Airbnb estavam a mudar completamente o panorama dos seus respectivos sectores, e sabiam que isso também aconteceria na banca, nos pagamentos e nos seguros. Com esta convicção, a startup nasceu em Espanha, com a missão de apoiar e capacitar os empresários nas suas fases iniciais.

Necessidades específicas do Setor Fintech no México

A regulamentação, a tecnologia e as questões de conformidade fazem deste sector um mundo complexo. Ter um conhecimento profundo do sector bancário e estabelecer ligações é essencial para construir um futuro. Andrés explicou que, depois da sua passagem pelo México, esteve 14 anos em Espanha a trabalhar, entre outros, para instituições como o Bankinter. Juanjo mencionou que o Bankinter é um dos nossos investidores e que também desenvolvemos várias ferramentas para o seu banco digital, o EVO Banco.

A Finnovista trabalhou inicialmente em Espanha com o BBVA, tendo depois replicado o seu modelo na Colômbia em 2013. Criaram um ponto de encontro do ecossistema fintech emergente e lançaram um concurso para identificar talentos emergentes na região. Aí conheceram vários empresários mexicanos, incluindo Vicente Fenoll, fundador do Kubo.financiero, que lhes mostrou que o México era o mercado latino com maiores oportunidades na altura.

Devido à sua dimensão e potencial de crescimento, consideraram uma mudança estratégica para o México. As ligações anteriores de Andrés facilitaram a criação de um escritório físico e, a partir de 2014, concentraram todos os seus esforços na parte de língua espanhola da América Latina.

Juanjo aproveitou a oportunidade para recordar o funcionamento da Finnovista, centrado em três pilares principais: mentoria, consultoria e investimento, que potenciam o sector das fintech no México e no resto da América Latina.

Novo apelo à ação

Atividade de Finnovista: apoio aos empresários no México

A empresa de inovação organiza dois eventos por ano na região para ligar investidores, empresários, operadores históricos (como a Visa ou o BBVA), empresas tecnológicas e entidades reguladoras. Também actua como um fundo de investimento de capital de riscoA empresa tem como objetivo apoiar as empresas em fase de arranque e injetar liquidez que lhes permita ter um impacto na região. Desta forma, conseguem impulsionar as startups desde uma fase muito precoce.

O seu primeiro evento encontrou o regulador relutante e quase fracassou, mas acabaram por tomar consciência de que a fintech aconteceria com ou sem o seu apoio. Atualmente, existem quase 1.000 startups a operar no MéxicoAndrés insistiu que os seus programas e radares de inovação estão a ajudar a sensibilizar os vários intervenientes no panorama financeiro.

Inovação aberta e colaboração: Radar Fintech no México

Os milhares e milhões de clientes que puderam beneficiar desta inovação motivam-nos a continuar a trabalhar com as associações de fintech, os reguladores e os empresários. "O nosso papel é orquestrar as actividades e eliminar os obstáculosexplicou Andrés. Juanjo quis saber quais as tendências mais relevantes que observaram através do seu radar ao longo destes 8 anos.

Os dados mais importantes para Andrés são 773 startups no último radar e mais de 200 empresas estrangeiras presentes no país. Isto implica que, apesar da situação geopolítica e económica, o sector das fintech no México continua a crescer a uma taxa de 18-20%. É um mercado maduro em constante evolução, e o principal desafio continua a ser a inclusão financeira:

Andrés Fontao, Cofundador e sócio-gerente da Finnovista

As aplicações e ferramentas digitais estão a fazer a diferença nas suas vidas. "As tendências a que assistimos este ano foram, em primeiro lugar, a guerra das taxas para atrair clientes. Em segundo lugar, a questão das oportunidades bancárias e a redução dessa lacuna. Por último, a falta de capital disponível, que dificultou o crescimento das fintech. No entanto, isso traduziu-se numa maior disciplina por parte destas empresas, que puderam atingir limiares de rentabilidade em fases mais precoces e ser mais criativas" concluiu.

Resta a esperança de avanços regulamentares en México

Esta sinergia acrescida no sector traduz-se num maior desenvolvimento das soluções de crédito e de pagamento, que são os serviços mais básicos para os utilizadores e as empresas. No último ano, o open finance tem estado em destaque. Há confiança de que este será o ano do open banking no México graças à evolução da regulamentação. As plataformas tecnológicas que podem ser consumidas pelas grandes empresas permitir-lhes-ão oferecer serviços financeiros, quer se trate de uma Uber ou de uma Walmart.

Além disso, O BNPL é uma alternativa ao crédito que está a começar a descolar no país devido à oferta de fintech e à procura dos consumidores. Juanjo aproveitou a oportunidade para salientar que a população sub-bancária torna os sistemas de pontuação tradicionais menos úteis e necessita de alternativas mais inclusivas. De seguida, apresentou o papel do regulador como facilitador do ecossistema fintech.

Andrés explicou que a Finnovista continua à margem, mas sempre com a intenção de incentivar a criação de um quadro regulamentar capaz de impulsionar os avanços propostos por centenas de empresários: "Agora é hora de melhorar e evoluir uma configuração cujo principal beneficiário é o utilizador." Defendem a evolução e a criação de uma estrutura que promova a inclusão e a inovação.

O verdadeiro desafio para o sector das fintech no México

Na parte final da conversa, Andrés explicou como o consumidor colombiano tem hábitos e necessidades especiais, pelo que as empresas estrangeiras em fase de arranque devem adaptar-se radicalmente e gerir o negócio no local. O B2C tornou-se muito mais sofisticado nos últimos tempos, e veremos como a Finnovista pode ser o parceiro estratégico para desenvolver uma atividade de sucesso no país.

À tradicional pergunta dos nossos Meets: Na sua opinião, qual será a tecnologia que irá mudar a indústria nos próximos 5 anos? Andrés quis responder de forma indireta:

Segundo o nosso convidado, os desenvolvimentos tecnológicos devem ter em conta as pessoas que trabalham na sua criação e também os utilizadores que os consomem.

Com esta ideia de personalização e humanizaçãoNo final, despedimo-nos de Andrés, agradecendo-lhe a sua generosidade e o seu tempo. Juanjo felicitou-o pelo seu trabalho e esperamos voltar a falar em breve com ele e com a sua fantástica equipa.

Até a próxima!

Novo apelo à ação

Pesquisar
Inscreva-se na nossa newsletter.

Você gosta do conteúdo? Inscreva-se e receba na sua caixa de entrada a nossa newsletter quinzenal.