O resumo da mesa-redonda salienta a necessidade de avançar para cumprir as regulamentações ambientais sem descurar o aspeto económico e a rentabilidade das empresas. Descobre mais sobre os participantes e como os seus projetos estão a ajudar o setor a dar mais peso às estratégias ESG!
A Coinscrap Finance teve o prazer de partilhar o espaço com Claudio Pinto, Técnico Superior e Head CBDC-DREX do Banco da Amazônia, e Andres Fontao, Co-fundador & Managing Partner da Finnovista. O nosso Head of Business Development para LATAM, Diego Romero Tuccio, agradeceu o convite e cumprimentou os participantes antes de dar início à mesa a pedido de Sol Irene Park, Head editor da SIMALCO e moderadora da sessão.
O mundo das finanças precisa de se orientar para a sustentabilidade
Sol quis destacar o valor da ferramenta COCO {CO2}, um motor de inteligência artificial desenvolvido pela Coinscrap Finance que permite às instituições financeiras conhecer a pegada de carbono dos seus clientes através da análise das transações bancárias. Diego começou por indicar que as emissões associadas às operações de uma empresa, por exemplo, podem ser classificadas como emissões diretas ou indiretas.
As primeiras provêm de fontes que são propriedade das organizações ou estão sob o seu controle. Um exemplo dessas fontes seria a maquinaria utilizada nas suas instalações para a produção. As segundas são consequência dessa atividade, mas ocorrem noutro local. Este seria o caso da eletricidade consumida, que é gerada por um terceiro.
“A partir daqui, podemos fornecer às instituições financeiras e aos utilizadores indicadores para que possam combater as alterações climáticas a partir da sua trincheira”, assegurou Diego. A utilização de métricas padronizadas a nível global acrescenta uma fiabilidade adicional ao COCO {CO2} "Porque não é a mesma coisa uma despesa de gasolina e uma ida ao cabeleireiro", adicionou.
A regulamentação que a América Latina enfrenta em matéria de emissões de gases com efeito de estufa
Todos os participantes concordaram que a Europa está a tomar medidas para cumprir os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris sobre sustentabilidade: "De forma a tornar-se na primeira economia e sociedade climaticamente neutras até 2050", segundo o Conselho Europeu.
Andrés comentou que as novas gerações “estão muito focadas em exigir que as instituições tenham estes programas de sustentabilidade. Estas ferramentas, como a da Coinscrap Finance, tornam-se indispensáveis no dia a dia, porque fazem parte das finanças pessoais.”
Embora a regulamentação pareça estar um pouco atrás dos desenvolvimentos Fintech, o cofundador da Finnovista quis deixar claro que é fundamental para as empresas adaptarem-se aos limites de emissões que estão por vir. “Esta regulamentação acabará por exigir que tenhamos estes esquemas de sustentabilidade dentro das empresas.”
O México, por sua vez, dispõe de uma Lei Geral de Alterações Climáticas, atualizada a 1 de abril do presente ano, na qual se compromete a: “Regular as emissões de gases e compostos de efeito de estufa (...) conforme previsto no artigo 2º da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.”
Ferramentas de cálculo da pegada de carbono, o que podem trazer ao setor financeiro?
Dispor de um registo nacional de emissões parece ser o caminho escolhido por este país para as controlar e reduzir. Graças aos desenvolvimentos inovadores das Fintech, as empresas poderão estabelecer estratégias ESG de sucesso sem enfrentar dispendiosos desenvolvimentos tecnológicos ou aumentar as suas equipas.
Como comentou Diego Romero: "Algo muito importante na nossa ferramenta é que estamos certificados pela TÜV." Trata-se de uma organização de certificação alemã com os mais altos padrões de qualidade, que garante que o COCO {CO2} cumpre a missão de calcular a pegada de carbono de acordo com a norma ISO 14064 e o Protocolo GHG para organizações.
Apenas 5 empresas conseguiram alcançar este marco na Europa, e a Coinscrap Finance é uma pioneira absoluta no uso das transações bancárias como meio para a obtenção deste cálculo. Quando questionado sobre os casos de uso desta tecnologia, o nosso Head of Business Development para LATAM respondeu:
“Dá-lhes visibilidade completa (aos bancos) para que saibam a pegada
utilizadores. Também lhes permite enviar comunicações específicas para
cada cluster em função dos consumos. Um dos nossos clientes mostra
ambiental aos seus utilizadores enquanto destina uma parte do
valor das suas compras para limpar os oceanos de plástico.”
Diego Romero Tuccio
Head of Business Development LATAM
Iniciativas inovadoras que transformam a sociedade: BASA Digital do Banco da Amazônia
Claudio Pinto aproveitou esse momento para partilhar um caso de sucesso da instituição: o serviço de microcréditos para áreas rurais da Amazônia. Com o uso da tecnologia blockchain, este banco de desenvolvimento brasileiro consegue fornecer acesso ao crédito para a população carente em apenas dois dias.
Estes são microempréstimos destinados a pequenos produtores que cuidam do meio ambiente e geram riqueza na região. O valor mínimo a que têm acesso é de US$770. Achas que isso não faz diferença? Aqui está um dado impressionante: antes de lançar este projeto, as operações anuais com este segmento da população eram de mil por ano. Em 2024, foram realizadas mais de 20.000.
O desenvolvimento sustentável acompanha o desenvolvimento económico
A moderadora passou a palavra a Andrés Fontao, perguntando a sua opinião sobre o investimento em desenvolvimento sustentável por parte da indústria financeira. "Apenas 15% das empresas estão a cumprir as normativas (sobre emissões), por isso, devemos atacar este ponto e os investidores deverão orientar-se para aqui", indicou o especialista.
Andrés previu que nos próximos meses verão uma adoção generalizada das ferramentas de cálculo da pegada de carbono: "Será mais uma parte de qualquer serviço ou processo operacional que se lance. Ao construir novas soluções, seremos conscientes do seu impacto ambiental antes de lançá-las."
O novo modelo de negócio sustentável será de grande interesse para os bancos, pois oferece a oportunidade de lançar produtos verdes para compensar a pegada ecológica dos seus clientes: empréstimos vantajosos para empresas NetZero, investimento em projetos com impacto social positivo ou hipotecas que considerem critérios ambientais. É uma enorme oportunidade de crescimento para o setor financeiro.
Gostaríamos de agradecer à SIMALCO pela oportunidade de conversar com grandes atores do panorama financeiro da América Latina e de desfrutar de uma conversa tão enriquecedora. Até à próxima!