Clara, a fintech líder em pagamentos corporativos na América Latina

Temos o prazer de apresentar um convidado muito especial: Leonardo Ramos, Country Manager da Clara para o México e Colômbia. Desde o primeiro minuto da nossa entrevista, Leonardo cativou-nos com as suas ideias sobre as dinâmicas de uma região tão ampla e complexa como a América Latina.

Sumário

Nesta conversa, refletiu também sobre o seu percurso profissional, sublinhando a importância de se adaptar às diferenças culturais e regulamentares de cada país. Destacou o papel fundamental da tecnologia, da agilidade e da especialização no crescimento da Clara. Não perca!

 

“Os fundadores definiram os valores da empresa ainda antes de terem um plano de negócios.”

Leonardo Ramos,
Country Manager da Clara para o México e Colômbia.

De Linio à Clara: O percurso profissional de Leonardo Ramos no México

O executivo recordou os seus primeiros passos na Linio, uma empresa de comércio eletrónico que concorre com gigantes como a Amazon e a MercadoLibre. Aí, liderou a experiência de cliente e vendedor para toda a América Latina. “Por mais próximos que estejamos, temos políticas e moedas completamente diferentes, e isso apaixonou-me”, confessou Leonardo.

Mais tarde, a aventura continuou na Grin Scooters, a primeira startup de micromobilidade do país. Esta empresa acabou por operar em mais de sete países e trinta cidades. “Era um projeto muito à frente do seu tempo”, afirmou. Há cinco anos, quando a Clara era apenas um PowerPoint, Leonardo decidiu juntar-se ao projeto. “Estas são daquelas oportunidades: o comboio passa uma vez e ou o apanhas, ou o perdes. Felizmente, depois de 5 anos, sou o Country Manager e desenvolvo todo o ecossistema da Clara na região.”

Tecnologia e agilidade para empresas modernas

O nosso convidado explicou que a Clara é o lugar onde qualquer empresa pode gerir e realizar pagamentos corporativos com agilidade e clareza financeira. “Combinamos produtos financeiros com tecnologia”, resumiu. A empresa está a definir a sua própria categoria na região, aplicando inteligência artificial e o que chamam de “inteligência transacional” para aprender e devolver valor aos seus clientes.

Cultura, objetivos e soluções reais: o segredo do sucesso

Ao falar sobre o crescimento da Clara e o seu estatuto de unicórnio, Leonardo foi claro: “Os fundadores definiram os valores da empresa ainda antes de terem um plano de negócios.” Nas startups, a cultura empresarial pode ser difícil de transmitir, mas na Clara foi a base.

Além disso, a orientação para os resultados é total: “Sabemos o que queremos desde o dia zero e colocámos os recursos necessários para lá chegar.” E, claro, resolver uma necessidade real: “Não criámos algo para ver se funciona; resolvemos uma necessidade que vivemos como empreendedores.”

Eficiência e talento: crescer sem inflacionar a equipa

Um dos pontos que mais interessou o Juanjo foi como a Clara conseguiu multiplicar o seu negócio por dez sem aumentar a equipa na mesma proporção. O nosso convidado explicou de forma simples: “Perguntamo-nos sempre: isto é algo que devo resolver com tecnologia, eficiência, processos… ou exige mesmo intervenção humana?”

Preferem investir tempo a analisar se uma nova vaga é realmente necessária antes de contratar: “Porque estamos a impactar vidas. Vemos as pessoas como multiplicadoras das coisas boas que fazemos”, afirmou. Assim, conseguiram formar uma equipa estável, diversa e experiente, espalhada por mais de 20 países.

Inovação e especialização por verticais

Nem todas as empresas podem permitir-se um produto único para todos os mercados. Na Clara, cada novo projeto começa com uma análise de mercado e financeira, acompanhada de uma avaliação legal. Leonardo reconheceu: “Nas minhas primeiras experiências, vi muitos projetos falharem por não envolverem finanças nem o departamento jurídico desde o início.”

Os novos projetos são incubados por equipas multidisciplinares. “Já não chega o ‘one size fits all’. É necessário especializar, criar soluções à medida e adaptar-se a cada país”, explicou. A diferença entre o México e o Brasil, por exemplo, é enorme em termos fiscais: “Não se pode copiar e colar, especialmente em matéria de impostos”, garantiu.

Regulação: O grande desafio da América Latina

Leonardo não hesitou em apontar a regulação como um dos maiores desafios da região. “Na América Latina estamos a poucos quilômetros de distância, mas a milhares de milhas em termos de regulações, costumes e práticas”, afirmou. Cada país tem a sua própria realidade, desde o “super peso” mexicano (há oito meses) até aos desafios fiscais no Brasil e na Colômbia.

Para enfrentar este labirinto, a Clara aposta na contratação de especialistas locais, em colaborações com terceiros e na participação em associações fintech e empresariais. “Usamos a adversidade a nosso favor e vemos oportunidades onde outros veem riscos.” Garantem que os especialistas os ajudam a lidar com estas diferentes situações da melhor forma possível.

Inteligência artificial e dados: A receita única da Clara

Falar de produto e inovação é um dos temas favoritos do Country Manager. No final do dia, as empresas têm de apresentar uma proposta de valor diferenciada no mercado: “Os cartões de crédito existem há anos, os empréstimos também. Mas a tecnologia que une todos estes produtos financeiros é o nosso molho secreto”, afirmou.

A empresa utiliza inteligência artificial para analisar o universo transacional de cada cliente e identificar oportunidades de otimização. “Por exemplo, se vários colaboradores pagam a mesma licença, avisamos que podem poupar 40 ou 50% negociando um contrato corporativo”, explicou. “É difícil para um financeiro detetar esse detalhe, mas a nossa tecnologia encontra-o em segundos.”

Outro exemplo que mencionou: “Se uma empresa interrompe uma campanha de marketing e ninguém se apercebe, a Clara deteta e notifica. Também vemos se as despesas de viagens duplicam de um mês para o outro e sinalizamos. Assim ajudamos os decisores a agir rapidamente.” Com uma simples mensagem, podem atuar e melhorar os indicadores do negócio.

Consolidação regional e vantagem analítica da Clara

O Country Manager da Clara destacou a força de ter uma plataforma e processos unificados em todos os países onde operam. “Somos a mesma empresa em todos os países, com a mesma plataforma e os mesmos processos. Isso dá-nos integridade e inteligência financeira que se traduz em valor para as empresas.”

Ao contrário da banca tradicional, onde cada entidade nacional funciona de forma isolada, a Clara oferece uma visão unificada e consistente. “Isso permite-nos oferecer insights e recomendações acionáveis que fazem a diferença.” O Juanjo comentou que a nossa fintech tem um profundo know-how neste aspeto e mostrou interesse em saber mais sobre o funcionamento da sua tecnologia.

Leonardo Ramos disse…

Parcerias estratégicas: Colaboração no ecossistema fintech

Segundo Leonardo, a Clara tem três tipos de parcerias: com empresas tecnológicas, com empresas tradicionais e com bancos. As parcerias com outras fintechs costumam ser rápidas e complementares. Um exemplo são as colaborações com empresas de recursos humanos.

Também colaboram com empresas tradicionais, como a Holcim, líder mundial no setor da construção. Por fim, têm parcerias com bancos, que recomendam os serviços da Clara aos seus clientes. “Curiosamente, os bancos também são nossos clientes. Utilizam a nossa tecnologia, os nossos cartões”, revelou Leonardo.

Integração com ERPs: Toda a informação num só sistema

Para os diretores financeiros, ter toda a informação num único sistema é fundamental. Por isso, o nosso CMO quis saber como a Clara gere a integração com os ERPs, especialmente quando uma empresa opera em vários países.

Segundo Leonardo, têm uma equipa especializada em integrações que se dedica a compreender as necessidades do cliente. Para integrações simples, oferecem APIs públicas. Para empresas com necessidades mais complexas, criam uma equipa conjunta com engenheiros de ambos os lados para iterar e construir soluções à medida.

“Criámos diferentes caminhos: podemos oferecer uma integração muito simples ou construir toda uma infraestrutura para empresas de grande dimensão”, concluiu. O seu modelo é SaaS, com diferentes funcionalidades, permitindo atender a todo o tipo de clientes.

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Chegar ao break-even com disciplina financeira

Depois de atingir a rentabilidade no Brasil, a fintech continua a consolidar o seu crescimento no México e na Colômbia. O nosso entrevistado destacou que a mudança de mentalidade após 2022 foi determinante: “Cada dólar que investimos deve gerar retorno – e de preferência, a curto prazo.”

Graças a uma disciplina financeira rigorosa, a Clara tem investido de forma inteligente, priorizando canais com melhor CAC Payback (tempo de recuperação do custo de aquisição de clientes) e desenvolvendo produtos rentáveis como o Clara Checkout, Rembolsos e Recuperação de Faturas – atualmente a sua inovação mais bem-sucedida.

En cuanto a su expansión, Clara se concentra en aumentar su presencia en México, Brasil y Colombia, donde se genera cerca del 70% del PIB de la región. A corto plazo, lanzarán nuevas soluciones para la industria de viajes y el control de combustible de flotas.

O futuro do universo fintech na América Latina

Para encerrar a entrevista, Juanjo e Leonardo conversaram sobre o crescimento do Open Finance como motor real de inclusão financeira. O nosso convidado concluiu: “Se nós, enquanto ecossistema, conseguirmos ir além do simples histórico de crédito, podemos ajudar a mobilizar o país.”

Na Coinscrap Finance, acreditamos que esta visão em breve será uma realidade. Até lá, continuaremos atentos à forma como a Clara continua a inovar para se tornar o parceiro estratégico preferido das empresas na América Latina.

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